by Marcia Serante

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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

QUAL A DIFERENÇA ENTRE DEFICIÊNCIA MENTAL E DOENÇA MENTAL?



Deficiência intelectual (mental)

Segundo a Associação Americana de Deficiência e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, por deficiência mental entende-se o estado de redução notável do funcionamento intelectual significativamente inferior à média, associado a limitações pelo menos em dois aspectos do funcionamento adaptativo: comunicação e cuidados pessoais, competências domésticas, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer e trabalho. Todos esses aspectos devem ocorrer durante o desenvolvimento infantil, ou seja, antes dos 18 anos, para que um indivíduo seja diagnosticado como deficiente intelectual.
Dados do Censo Demográfico do IBGE, levantados no ano de 2000, indicam que 8,3% dos tipos de deficiência são de natureza intelectual, o que equivale a 2.844.936 pessoas (sendo 1.545.462 homens e 1.299.474 mulheres).
É importante ressaltar que muitas vezes (em 42% dos casos), mesmo com a utilização de sofisticados recursos diagnósticos, não é possível definir com clareza a etiologia (causa) da deficiência intelectual, se ela, invariavelmente, decorre de inúmeras e complexas causas, que englobam fatores genéticos (29%), hereditários (19%) e ambientais (10%).

Doença ou transtorno mental

A doença ou o transtorno mental, conforme assinala a Associação Brasileira de Psiquiatria engloba um amplo espectro de condições que afetam a mente (nosso mapa genético, química cerebral, aspectos de nosso estilo de vida, acontecimentos passados).
Seja qual for a causa, a pessoa que desenvolve a doença ou o transtorno mental muitas vezes se sente em sofrimento, desesperançada e incapaz de levar sua vida em plenitude. Caracteriza-se, portanto como uma variação mórbida do normal, capaz de produzir prejuízo no desempenho global da pessoa nos âmbitos social, ocupacional, familiar e pessoal.
Dessa forma, se na deficiência o indivíduo apresenta desenvolvimento intelectual reduzido ou incompleto, não dispondo, por conseguinte, de instrumentos necessários à boa compreensão de todas ou de parte das coisas, na doença ou no transtorno mental ele detém os instrumentos intelectuais necessários, os quais, entretanto, apresentam funcionamento comprometido.
Atualmente, um novo paradigma para a compreensão e o atendimento à pessoa com deficiência mental vem sendo adotado, privilegiando-se um enfoque multidimensional, baseado numa definição mais funcional da inteligência. Esse enfoque busca enfatizar a importância da interação sócio-afetiva e cognitiva das pessoas com deficiência mental entre si e com outras pessoas, bem como tipos, formas e intensidade de apoio necessários à melhoria da capacidade funcional dessas pessoas.

Como se diagnostica a deficiência mental ou atraso mental?

O atraso mental diagnostica-se, observando duas coisas:

• A capacidade do cérebro da pessoa para aprender, pensar, resolver problemas, encontrar um sentido do mundo, uma inteligência do mundo que as rodeia (a esta capacidade chama-se funcionamento mental ou funcionamento intelectual).

• A competência necessária para viver com autonomia e independência na comunidade em que se insere (a esta competência também se chama comportamento adaptativo ou funcionamento adaptativo).

Enquanto o diagnóstico do funcionamento mental é normalmente realizado por técnicos devidamente habilitados, já o funcionamento adaptativo deve ser objeto de observação e análise por parte dos conviventes com a criança. Para obter dados a respeito do comportamento adaptativo deve procurar saber-se o que a criança consegue fazer em comparação com crianças da mesma idade cronológica.

Certas competências são muito importantes para a organização desse comportamento adaptativo:

• As competências de vida diária, como vestir-se, tomar banho, comer;

• As competências de comunicação, como compreender o que se diz e saber responder;

• As competências sociais com os colegas, com os membros da família e com outros adultos e crianças.

Para diagnosticar a deficiência mental, os profissionais estudam as capacidades mentais da pessoa e as suas competências adaptativas. Estes dois aspectos fazem parte da definição de atraso mental comum à maior parte dos cientistas que se dedicam ao estudo da deficiência mental.

O fato de se organizarem serviços de apoio a crianças e jovens com deficiência mental deve proporcionar uma melhor compreensão sobre a situação concreta da criança de quem se diz que tem um atraso mental. Após uma avaliação inicial, devem ser estudadas as potencialidades e as dificuldades que a criança apresenta. Deve também ser estudada a quantidade e natureza de apoio de que a criança possa necessitar para estar bem em casa, na escola e na comunidade. Esta perspectiva global dá-nos uma visão realista de cada criança. Por outro lado, serve também para reconhecer que a “visão” inicial pode, e muitas vezes deve, mudar ou evoluir. À medida que a criança vai crescendo e aprendendo, também a sua capacidade para encontrar o seu lugar, o seu melhor lugar, no mundo aumenta.

Qual é a frequência da deficiência mental?

A maior parte dos estudos, aponta para uma freqüência de 2% a 3% sobre as crianças com mais de 6 anos. Não é a mesma coisa determinar essa freqüência em crianças mais novas ou em adultos. A Administração dos EUA considera o valor de 3% para efeitos de planificação dos apoios a conceder a alunos com atraso mental. Esta porcentagem é um valor de referência que merece bastante credibilidade. Mas não é mais do que um valor de referência.
Fonte: Mac.com
Jorge Nunes Barbosa, educador

2 comentários:

  1. MARCIA,SOU MÃE DE CRIANÇA DE 17 ANOS DE IDADE,COM DEFICIÊNCIA MENTAL OU INTELECTUAL,TOTALMENTE DEPENDENTE,ELA NÃO FALA QUASE NADA,MEU SONHO,É VER MINHA FILHA MAIS INDEPENDENTE,ME AJUDE EM COMO TRABALHAR COM ELA,ENVIE- ME MATÉRIAS, ATIVIDADES, JOGOS,FICAREI ETERNAMENTE AGRADECIDA.
    ATT,
    SILVABETTE

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  2. Parabéns ,sou avó de um menino de sete anos com algumas deficiências. Ainda sem um diagnostico médico.Mas sua pagina me tirou mais que isso veio de encontro a algumas dúvidas. Continuarei seguindo.Grata a sua sensibilidade.

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