by Marcia Serante

Arquivo do blog

Sinais em contexto escolar

Plano de aula inclusivo

quarta-feira, 19 de maio de 2010

História de Helen keller

Hellen Keller

A vida de Helen Adams Keller (1880-1968) é a história de uma criança que aos dezoito meses de idade ficou cega e surda e de sua luta árdua e vitoriosa para integrar-se na sociedade, tornando-se além de célebre escritora, filósofa e conferencista, uma personagem famosa pelo trabalho incessante que desenvolveu para o bem-estar das pessoas portadoras de deficiências.

Nasceu em 27 de junho de 1880 em Tuscumbia, Alabama, descendendo de família tradicional do Sul dos Estados Unidos e passou os primeiros anos de sua vida sem orientação adequada.Alguns meses antes de Helen completar sete anos de idade, Anne Sullivan, uma professora de vinte e um anos, foi morar em sua casa para ensiná-la.

A professora Anne Sullivan havia estudado na Escola Perkins para Cegos (Perkins School for the Blind), pois quando criança tinha sido cega. Até a chegada da professora, Helen Keller ainda não falava e não compreendia o significado das coisas. Anne Sullivan assumiu a tarefa de ensinar Helen Keller e para isso necessitou de muita coragem e persistência.

No dia 5 de abril de 1887 Helen e sua professora estavam no quintal da casa perto de um poço, bombeando água. A professora Sullivan colocou a mão de Helen na água fria e sobre a outra mão soletrou a palavra "água", primeiro vagarosamente, depois rapidamente. De repente, os sinais atingiram a consciência de Helen, agora com um significado.

Ela aprendeu que "água" significava algo frio e fresco que escorria entre suas mãos. A seguir, tocou a terra e pediu o nome daquilo e ao anoitecer já haviam
relacionado trinta palavras aos seus significados. Este foi o começo da educação de Helen Keller. Numa sucessão rápida, ela aprendeu os alfabetos braille e manual, facilitando assim, sua aprendizagem da escrita e leitura.

Em 1890 ela surpreendeu a "Professora" (como chamava Anne Sullivan) pedindo para aprender a falar. Sob a orientação de Anne Sullivan, matriculou-se no Instituto Horace Mann para Surdos, de Boston, e depois na Escola Wright-Eumason Oral de Nova Iorque, onde durante dois anos recebeu lições de linguagem falada e de leitura pelos lábios.

Além de aprender a ler, escrever e falar, Helen Keller demonstrou também excepcional eficiência no estudo das disciplinas do currículo regular. Antes de formar-se, ela fez sua estréia na literatura escrevendo a sua autobiografia "A História de Minha Vida", publicada em 1902, e em seguida no jornalismo, com uma série de artigos no "Ladies Home Journal". A partir dessa data, não parou mais de escrever.

Em seus trabalhos literários, Helen usava a máquina de datilografia braille preparando os manuscritos e depois os copiava numa máquina de datilografia comum. Seus livros foram transcritos em várias línguas. Em 1954, a "História da minha vida", após cinqüenta anos de sua publicação como livro, foi traduzido em cinqüenta línguas.

Poucos anos antes de sua morte, Mark Twain disse: "As duas personalidades mais interessantes do Século XIX são Napoleão e Helen Keller". William James escreveu sobre Helen Keller: "Mas o que quer que você tenha sido ou é, você é uma bênção. Eu sou capaz de matar a quem disser que não". Helen Keller recebeu numerosos prêmios
de grande distinção.

Em junho de 1952 foi feita Cavaleiro da Legião de Honra da França. Em reconhecimento ao estímulo que seu exemplo e presença deram aos trabalhos para cegos nos países que visitou, os governos do Brasil, Japão, Filipinas e Líbano conferiram-lhe respectivamente as seguintes condecorações: Ordem do Cruzeiro do Sul, do Tesouro Sagrado, do Coração de Ouro e Medalha de Ouro de Mérito.

Helen Keller recebeu também o prêmio Américas para a União Interamericana, o prêmio Medalha de Ouro do Instituto Nacional de Ciências Sociais e outros. Tornou-se membro honorário de sociedades científicas e organizações filantrópicas dos cinco continentes. Por mais diversos que fossem seus interesses, Helen Keller nunca esqueceu as necessidades das pessoas cegas e surdo-cegas.

Desde sua juventude, sempre esteve disposta a trabalhar pelo seu bem-estar, comparecendo perante governos, dando conferências, escrevendo artigos e, sobretudo, pelo exemplo pessoal que uma pessoa severamente prejudicada pode alcançar. Quando a American Foundation for the Blind, a instituição nacional para informação sobre cegueira foi fundada em 1921, ela finalmente teve um efetivo instrumento nacional para dar vazão aos seus esforços.

De 1924 até sua morte, ela foi membro do "staff" da Foundation, servindo como conselheira em relações internacionais e nacionais. Foi também em 1924 que Helen Keller começou sua campanha para levantar o "Fundo Helen Keller" para a Foundation. Até a sua aposentadoria da vida pública, ela foi incansável em seus esforços para que esse Fundo tivesse os recursos necessários para garantir programas de educação e reabilitação de cegos e surdos-cegos.

De todas as suas contribuições para a Foundation, Helen Keller talvez sentisse mais orgulho de sua assistência na formação de um serviço especial para pessoas surdo-cegas, em 1946. Em 1946 a Imprensa Braille Americana transformou-se na American Foundation for Overseas Blind e Helen Keller foi eleita conselheira em relações internacionais.

Foi então que ela começou suas viagens. Entre 1946 e 1957, visitou 35 países em cinco continentes. Após 1961, Helen Keller viveu tranqüilamente em "Arcan Ridge", onde recebia a família, amigos Íntimos e membros da American Foundation for the Blind e da American Foundation for Overseas Blind (hoje Helen Keller International Corporation).

Passava a maior parte de seu tempo lendo. Seus livros favoritos foram a Bíblia e volumes de poesia e filosofia. Helen Keller faleceu em 01 de junho de 1968, em "Arcan Ridge", algumas semanas antes de completar 88 anos. Suas cinzas foram colocadas na Capela de São José na Catedral de Washington, ao lado das de Anne Sullivan Macy e Polly Thomson.

Helen Keller foi, por si mesma, uma grande obra de educação, pois se dedicou ao trabalho para o bem-estar das pessoas cegas e surdo-cegas, influenciando na criação de legislação e serviços especializados. E por tudo isso ela foi chamada por seus amigos americanos "A primeira mulher de coragem do mundo".

São dela estas palavras:

Se metade do dinheiro gasto hoje em curar cegueira, fosse utilizado em preveni-la, a sociedade ganharia em termos de economia, sem mencionar considerações de felicidade para a humanidade.


Não há barreiras que o ser humano não possa transpor.

Por muitos anos não dispusemos de criada alguma por falta de recurso. Aprendi a fazer tudo que podia, para ajudar minha professora. Todas as manhãs, ela levava o marido de carro à estação, onde ele tomava o trem para Boston, para depois se ocupar
das compras. Eu tirava a mesa, lavava a louça e arrumava o quarto. Podiam estar clamando por mim montanhas de cartas, livros e artigos para escrever mas a casa era a casa, alguém tinha que fazer as camas, colher flores, catar lenha, por o moinho de vento a andar e fazê-lo parar quando a caixa estivesse cheia, enfim, ter em mente essas coisas imperceptíveis que fazem a felicidade da família. Quem gosta de trabalhar sabe como é agradável a gente estar ajudando a quem estima nas tarefas diárias da casa.

(Fontes de consulta: American Foundation for the Blind, Inc. Helen Keller ; Enciclopédia Barsa - RJ-SP; Enciclopédia Britânica Editores Ltda.1967; Fundação para o Livro do Cego no Brasil; Arquivos Enciclopédia Globo - RS Globo 1969; Enciclopédia Objetiva Universal: Expel Dist. Exclusiva s/d Keller,
Helen - Lutando contra as trevas - RJ, Fundo de Cultura -1957).


Design e produção: Acessibilidade Brasil

Um comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

href='http://revistaescola.abril.com.br/vocenacapa/php/view.php?image=20110316092338_82507a4c43d3077e0ef0352d500a5022.jpg'>
Criado no siteVocê na capa de NOVA ESCOLA.