Maria Tereza de
Queiroz Piacentini
Há uma confusão generalizada
quando se trata de grafar siglas. Alguns autores indicam que com até três
letras, as siglas devem ser grafadas em maiúsculas e com mais de três letras,
somente a inicial maiúscula. Qual o correto?
Embora tenhamos de obedecer a
normas nacionais no tocante à ortografia do léxico português, as siglas escapam
a qualquer camisa-de-força, pois oficialmente sempre se viu o mínimo a respeito
de como escrevê-las. Os manuais de ortografia se limitavam ao uso de maiúsculas
e pontos (ex. D.A.S.P.); estes, porém, estão praticamente fora de uso.
Mais recentemente é que se
começou a falar nos siglemas, ou seja, nomes abreviativos formados não apenas
das letras iniciais das palavras que os compõem mas também de sílabas,
adquirindo assim um caráter de palavra (ex. Celesc, Eletronorte, Sudene).
Desse modo, ao constituir ou
escrever uma sigla, pode-se adotar a seguinte convenção (mais tradicional):
1 – Usar só MAIÚSCULAS se cada
letra corresponder a uma palavra, independentemente de ser a sigla pronunciável
ou não, por exemplo ,UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
2 – Só A 1ª letra maiúscula se
cada letra não corresponder necessariamente a uma palavra:Funai – Fundação
Nacional do Índio
Muitos jornais procedem de
maneira um pouco diferente, orientando a grafia das siglas pelo seu tamanho e
pelo fator pronúncia, ou seja:
I - até três letras, em
maiúsculas: BC, PIS, ONU, CPF
II - com quatro letras ou mais:
a) se pronunciável, só a inicial
maiúscula: Besc, Ubes, Fierj, Icesp, Masp, Abbesc
b) com todas as maiúsculas quando
se lê letra por letra: SBPC, PSDB.
Existe também a sigla mista, como
CNPq e UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), em que minúsculas são
usadas para diferenciá-la de outra que tem as mesmas iniciais (no último caso,
a UFSC).
Com base neste padrão defendido pela autora, o correto é Libras e
não LIBRAS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário